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A Física Quântica da Música e do Alimento com o Favela da Paz

Atualizado: 27 de nov. de 2019


Elem Fernandes, que criou o Vegearte, sonhava com um lugar onde todos podiam sentar juntos para comer e compartilhar os bons momentos. É mestra da nutrição dos alimentos e dos relacionamentos.

Dia: 30 de novembro - Encontro dos Mestres no Instituto Favela da Paz

Horário : das 10h às 16h30

Local: Instituto Favela da Paz, Rua Miguel Dionísio Valle, 35 - Jardim Nakamura

O que vai acontecer? Um grande encontro de mestres, conversas sobre o que sonhamos para as universidades livres e muitos desaprendizados

Inscrições:



“Servir para o mundo que sonhamos.” Com este propósito, o Instituto Favela da Paz baseado no Jardim Nakamura, no extremo sul de São Paulo, ajuda a recuperar o sentido de comunidade, criatividade, colaboração e propósito de vida entre os moradores da periferia. Por meio da música, ajudou a mudar o curso da violência em um bairro considerado como um dos mais violentos do mundo em 1989. O Favela da Paz se tornou um centro regenerativo social que hoje atrai pessoas do mundo todo.


“Aqui não tiramos as crianças da rua. Trabalhamos com a comunidade para que a rua seja o melhor lugar para as crianças brincarem”, diz Claudio Miranda, fundador do instituto. “A ideia não é sair do bairro, mas transformá-lo para continuar morando nele.”


Tudo junto, misturado e inspirado


Numa casa de concreto de quatro níveis, o Favela da Paz abriga uma infinidade de projetos. No subsolo está o estúdio de música que nasceu da colaboração de vários artistas da periferia. A garagem é reservada para os ensaios da banda de percussão e para as festas e encontros que acontecem na rua.


No andar de cima está o Vegearte, projeto de alimentação vegetariana coordenado por Elem Fernandes, esposa de Claudio. O Vegearte mostra que é possível ser saudável mesmo na favela. A iniciativa oferece cursos de pratos vegetarianos feitos com ingredientes acessíveis, além de serviço de buffet para eventos. Subindo um piso acima está o Quebrada Filosófica, espaço para encontros, empreendedorismo, oficinas com jovens, bate-papos sobre justiça social e espiritualidade.


Na laje mais uma surpresa: um laboratório de tecnologias sustentáveis com cultivos de hortaliças orgânicas verticais e um biodigestor que gera gás para a cozinha do Vegearte. Os resíduos orgânicos da cozinha abastecem o biodigestor, fechando o ciclo sustentável da casa. O responsável pelas “traquinagens verdes” é Fabio Miranda, irmão de Cláudio, que coordena o Periferia Sustentável, projeto que mostra que é possível ter energia sustentável de baixo custo e de alto impacto. Fabio oferece workshops para construção de biodigestores em diversas organizações, incluindo na Universidade de São Paulo.

É neste mesmo espaço que quatro casais e seus filhos, entre eles, os pais de Claudio e de Fábio, compartilham o dia a dia, aprendem uns com os outros e encontram soluções práticas para os dilemas da comunidade.


“Aqui nos reunimos para conversar sobre como devemos cuidar um dos outros; não para falar de projetos e de dinheiro”, afirma Claudio.


A banda Poesia Samba Soul, criada por Claudio Miranda, ajuda a unir as pessoas e a manter a paz num dos bairros que foi considerado mais perigoso do mundo

Poesia Samba Soul, música para a paz


Quando criança, Claudio escutava o pai dizer que ele poderia fazer qualquer coisa que quisesse utilizando apenas o que tinha ao seu redor. Assim, surgiram os primeiros instrumentos musicais feitos com lata, pedaço de papelão e tampinhas de tubaína. Uma cadeira ou um pedaço de ferro viravam instrumento musical em sua mão.

Logo cedo, percebeu que a música era um importante instrumento para a paz. Com a banda Poesia Samba Soul, criada em 1988 e um “estúdio de música comunitário”, colaborou para que as gangues deixassem suas diferenças e rivalidades de lado para tocarem juntas.


A banda Poesia Samba Soul é reconhecida internacionalmente e já se apresentou em diversos países da Europa, EUA, América Latina e Médio Oriente. Ela é formada por Claudio Miranda, Fabio Miranda, Pikeno, Paulo Torres, Elem Fernandes e Luiz Torres que, além de músicos, são empreendedores sociais, ativistas e educadores. Com uma mistura de groove, samba-soul e samba-rock, suas composições trazem letras com mensagens de incentivo e histórias do cotidiano. A banda tem seis CDs e três DVDs gravados.


Epicentro de práticas regenerativas


Estes valores e a forma de pensar, viver e resolver questões complexas do planeta, como violência, alimentação, energia, entre outros, faz do Favela da Paz um “epicentro de práticas regenerativas sociais” que atrai pessoas e organizações de todas as partes.

Além das visitas regulares de escolas, projetos e empresas brasileiras, o instituto recebe centenas de lideranças internacionais para vivências e imersões de organizações, como Gaia Education, Latin American Leadership Academy e Tamera (Centro de Investigação e Educação para a Paz, em Portugal). Desde 2009, Tamera tem sido uma grande fonte de inspiração para o Instituto Favela da Paz, que hoje é convidado com frequência para liderar alguns de seus programas.


O instituto participou também do Campus Global, encontro entre organizações e projetos da Palestina, Israel, África, América latina e EUA que inovaram em áreas de risco, com o objetivo de trocas e apoio mútuo.


Em 2018, o Favela da Paz recebeu a visita do indiano Manish Jain, transformador social que começou um movimento de educação livre na Índia. O Favela da Paz foi reconhecido como um centro de inteligência e de soluções práticas para problemas complexos do planeta. A organização foi convidada a fazer parte do movimento das EcoVersidades, aliança de universidades livres, com mais de 100 comunidades em 40 países, que colocam a educação a serviço do ambiente e do ser humano.


Fabinho Miranda mestre das tecnologias verdes de baixo custo para favelas. Nunca fez universidade, mas dá aula na USP de como montar na prática um biodigestor.

Realização

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